terça-feira, 22 de junho de 2010

Sagrado - A Procura da Felicidade.



Imagem da internet, Fernão Capelo Gaivota.

Dias atrás presenciei a mãe conversando com seu filho sobre o futuro dele, ela professora e ele estudante do ensino superior, o assunto foi caloroso, a mãe veemente em suas convicções e o rapaz defendendo seu ponto de vista sobre a felicidade.

Boas mães e bons pais sempre querem o melhor para seus filhos, sonham com seu futuro e investem em suas vidas na medida do possível, visualizando o sucesso e felicidade de seus rebentos, mas essas iniciativas dos pais, às vezes, invadem a privacidade dos filhos, sem contar que por vezes chegam a sacrificar o livre arbítrio.

O rapaz estuda num curso de ensino superior, mas dizia que não estava satisfeito e queria abandonar o atual curso para fazer o que de fato tinha descoberto como prazeroso, disse a mãe que faria gastronomia. Ela impassível, não acreditava nas palavras dele, disse que ele não poderia e não deveria abandonar aquela faculdade, já que estava no segundo ano e perderia tudo que tinha passado, ele replicou que não perderia aqueles dois anos passados, já que na visão dele aprendera muito, a ponto de descobrir que sua vocação era para gastronomia.

A mãe não aceitou essa explicação e partiu para outro argumento, disse que ele estudou para ser alguém, descobrir algo que ajude os outros, ser importante, famoso, bem sucedido, enfim, ela queria que ele brilhasse, mais uma vez o filho foi espetacular na resposta, dizendo a mãe que sua grande ambição era ser feliz, ele queria trabalhar com algo que lhe desse prazer, remuneração razoável e, mais uma vez, que lhe trouxesse felicidade.

Ela demonstrou irritação com aquelas palavras do filho, ele por sua vez não mudou de idéia e completou seus planos a ela:
"- Mãe, eu quero ser feliz, gosto de cozinhar e sei que vou conseguir um emprego para ganhar o suficiente, além disso quero uma vida simples, quero me casar com ela, ter minha vida simples e feliz, só isso mãe, mais nada. Não quero ser ninguém importante que descobre algo, quero ser feliz, só isso. Será que você não entende?"

Além de abandonar o curso no segundo ano e mudar para gastronomia, ele pretendia se casar com uma garota por quem estava apaixonado, imaginem a cara dessa mulher!

A conversa dos dois ficou mais calorosa, cada um defendia seu ponto de vista e na minha modesta opinião, cada um tinha seu valor e deve ser respeitado.
Ele busca sua felicidade acima de tudo que, naquele momento, é tornar-se um cozinheiro, casar-se com a menina que gosta e depois constituir uma família, tudo isso regado com felicidade, amor e alegria de viver.
A mãe via seus planos, sonhados para o filho irem por água a baixo. A fama, sucesso, riqueza e tudo aquilo que ela imaginou (e com razão) estavam por um triz, inclusive a faculdade investida por dois anos que, de agora em diante, não serviria de nada.

Aqui se forma um grande choque, de um lado a mãe conservadora, fazendo uso de seu controle, do outro o filho transgressor, fazendo uso de sua liberdade de escolha, ambos defendem seus pontos de vista e cada um tem sua devida razão, mas o filho mostra com essa atitude de livre arbítrio sobre sua vida que, o mais importante para um homem é BUSCAR sua felicidade, para que seu futuro próximo seja, acima de tudo, VIVER ESSA FELICIDADE.