quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Sagrado - PÉ, o alicerce para a criação.



Imagem da internet.

A ferramenta de trabalho do artista cênico é seu corpo, dando vida às personagens, formas, ritmos dançantes e acrobacias. Um corpo alerta e treinado é capaz de agir conforme a criação desejada, pode ser jovem ou idoso, homem ou mulher, magro ou gordo e até mesmo um corpo com deficiência pode se transformar numa ferramenta da arte cênica, mas para compor essa personagem é necessário ter um ótimo alicerce, precisamos proporcionar aos PÉS o cuidado necessário para que sejam a base vital da criação, assim sustentará esse esqueleto “VIVO – CENICAMENTE”.

O local de ensaio deve estar em ótimas condições, arejado, iluminado e seu piso deve ser excelente, sem deformidades ou ondulações, feito com um bom material, para que possamos pisar descalços, assim os exercícios teatrais serão executados da melhor maneira possível, sem ter receio de acidentes.

Trocamos energia com a Terra quando a planta dos pés entra em contato com o chão, passando ou recebendo essa energia, neste instante o corpo torna-se vivo e desprovido de máscaras, estar descalço é como estar nu, sem que saibamos ficamos verdadeiros, mostrando tal como somos, como se o corpo gritasse e não apenas falasse.

Caminhar descalço pelo espaço é o primeiro exercício que fazemos no teatro, através dele limpamos nossos vícios corporais, para que depois de um longo tempo realizando essa limpeza, possamos emprestar nosso corpo às personagens. Ressalto que essa atividade de “limpar” nosso corpo através do caminhar descalço, é um trabalho que ator realizará por toda sua vida, para cada personagem, em cada ensaio, em cada aula, por tempos a fio, a fim de firmar seu alicerce corporal, visando o aperfeiçoamento de sua ferramenta, para melhor utilização em sua arte.

Esse alicerce pode ter uma extensão se for o caso, por exemplo as pessoas que tem alguma deficiência permanente ou temporária, também podem ser atores e atrizes fazendo uso dos pés para a construção das personagens, nesse caso as rodas de uma cadeira, os pés da muleta ou a ponta da bengala, serão parte integrante desse corpo, auxiliando os pés na construção da personagem.

Para aqueles que não acreditam em energia a própria física prova o que estou dizendo, já que tocar os pés descalços no chão nos torna condutores de energia. Agora para aqueles que imaginem um ensaio num local fora do chão, por exemplo em salas de prédios acima do térreo, fica apenas a imaginação, já que tocar os pés descalços, mesmo que no “chão suspenso”, é o grande barato da sensação de estar em cena, tornando-se um corpo “vivo – cenicamente”.

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